Terapia Transpessoal Bioenergética Vivian Ignácio

Visualização Criativa Transpessoal x Imaginação Ativa de Jung

VISUALIZAÇÃO CRIATIVA NA PSICOLOGIA TRANSPESSOAL

Para a Psicologia Transpessoal a visualização criativa ou imaginação ativa trata-se de uma possibilidade do inconsciente de desenvolver imagens mentais, aparentemente aleatórias, mas que estão sendo criadas e contornadas pelas motivações mais profundas dos diferentes níveis do próprio indivíduo onde potencializa-se aspectos da consciência de vigília, atualiza-se uma percepção mais ampla da realidade e estimula-se a presença da ordem mental superior. 

 Os exercícios da transpessoal permitem ao cliente utilizar imagens e cenários que possibilitam vivenciar experiências e, assim, colori-las com os conteúdos e respostas do seu próprio inconsciente. 

E embora a Psicologia Transpessoal tenha se inspirado na prática e conceito do Jung, há uma variação na técnica pois na psicologia transpessoal considera-se o psicodrama interno pessoal  por meio da realidade suplementar, que Moreno chama de dramatização, ou “como se”. 

Nesta aplicação de técnica terapêutica as imagens gerais são definidas pela terapeuta que estimula na paciente um estado de consciência ampliada, onde está mais receptiva para acolher, perceber, sentir, intuir os conteúdos do supraconsciente. Tal fato facilita os insights e uma compreensão mais ampla da realidade, que não seria experienciada, vivenciada ou captada se ela mantivesse somente o estado de vigília.

Desta forma todos os exercícios são precedidos por uma sensibilização (respiração, presença, interiorização) ou então por um relaxamento simples: sugestão de contato com a respiração, foco na temperatura do ar que expira e inspira, contrações fortes do corpo seguidas por descontrações. 

Para Assagioli , as palavras designam condições ou realidades psicológicas ou espirituais e são predominantemente metáforas ou símbolos baseados em coisas concretas. Ele fez um estudo aprofundado destes símbolos e abaixo descrevo apenas alguns dos grupos de símbolos indicados por ele: 

  • aprofundamento ou descida ao ser: contato  com aspectos obscuros ou inferiores que constituem a sombra
  • fogo: sua função é purificar, transmutar, transformar simbolizando alquimia espiritual
  • caminho, senda, peregrinação:  metáforas de portais, jornadas, etapas de um caminho sagrado
  • luz e iluminação: símbolos do despertar, reconhecimento da multiplicidade psicológica e espiritual em nós. 

IMAGINAÇÃO ATIVA NA PSICOLOGIA ANALÍTICA – JUNG

Em comparação com os processos e aplicação terapêutica Transpessoal, a imaginação ativa junguiana é muito menos programática. 

Na sessão terapêutica a pessoa é incentivada a relatar o que vem de dentro dela, com relação à uma situação de sonho relativamente inconclusiva ou uma momentânea modificação do estado de espírito. 

Outro tipo de imaginação ativa também pode ser realizada como uma conversa com partes internamente examinadas do corpo com o objetivo de escutar o que elas dizem. 

Neste caso cada passo da imaginação se torna uma escolha individual única e auto responsável.

No conceito de Jung o terapeuta simplesmente acompanha, sem julgamentos, como um espectador enquanto  o paciente explora sozinho o que está se apresentando em sua mente e resolve internamente o que fazer a respeito, relatando o que acontece – exatamente como na vida exterior. 

A imaginação ativa para Jung é uma preparação para a ação na vida diária, e assim como na vida, não existe ninguém te dizendo como lidar com as questões que se apresentam, sendo então a imaginação ativa um exercício de desenvolvimento das qualidades necessárias para o dia a dia.  

O objetivo como psicoterapeutas é estarmos atentos para apanhar cada fragmento de símbolo que a psique do cliente/paciente oferece e trabalharmos com ele junto ao paciente sem focarmos no significado ou aparência do conteúdo simbólico. Para Jung estes fragmentos seriam um rudimento ou uma parte do Si-mesmo SELF, talvez até mesmo uma parte irreconhecida e essa maior liberdade seria o aspecto mais difícil e mais valioso a ser interpretado no caminho interior, segundo Marie Von Franz.

Na imaginação ativa é preciso educar o paciente para que o mesmo aprenda a se desligar e libertar dos falsos apegos do ego para que este não interfira na elaboração dos conteúdos da imaginação que devem se apresentar. Há sempre o perigo do paciente entrar nos eventos internos com ego fictício (induzindo, direcionando as próprias imagens e conteúdos apresentados) ao invés de acessar a informação que busca se apresentar com o verdadeiro ego (quem somos de verdade, sem máscaras).

COMO UTILIZAR CADA UMA DAS TÉCNICAS?

Desta forma podemos concluir que seria necessário o paciente já estar em um nível de autoconhecimento, interiorização, individualização dentro de um processo terapêutico mais elaborado e profundo para de fato poder mergulhar e se auto guiar de maneira auto responsável no processo de imaginação ativa como Jung sugere. 

A técnica de visualização criativa Transpessoal oferece uma forma mais sustentável e gradual de aprofundamento, com mais segurança para o cliente/paciente uma vez que é orientada pelo terapeuta, podendo ser utilizada desde o início do processo terapêutico. 

Aqui um exemplo de meditação transpessoal do meu canal do Youtube https://youtu.be/TEyghszNbIY?si=Cv6QP-V97b4NJMtP

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